• Itaipulândia, 10/09/2025
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Dor nas articulações pode ser gota, uma condição séria e tratável

Assessoria
Dor nas articulações pode ser gota, uma condição séria e tratável Crédito: Acervo pessoal/Dra. Renata Rosa

A gota não está ligada apenas à alimentação, mas a fatores genéticos e metabólicos. O controle do ácido úrico em até 6 mg/dL, já indicado em exames laboratoriais, é essencial para prevenir crises e proteger as articulações

Ainda cercada de mitos e preconceitos, a gota é uma enfermidade inflamatória séria, causada pelo acúmulo de cristais de ácido úrico nas articulações. Segundo a Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR), é uma das formas mais comuns de artrite inflamatória em adultos, e os casos estão crescendo. Estima-se que 1 a 2% da população brasileira conviva com a doença, número possivelmente maior devido aos casos subdiagnosticados, como apontam dados da Lancet Regional Health e da Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR).

Esse aumento não se relaciona apenas ao estilo de vida, mas também a fatores genéticos, comorbidades como hipertensão, diabetes e doenças renais, além do uso de certos medicamentos.

Segundo a Dra. Renata Rosa, médica reumatologista no Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE) e membro da SPR e da Comissão de Gota da SBR, é um erro comum limitar as causas ao consumo de carne e álcool. “A gota não é causada só pela ingestão de carne ou bebida alcoólica. A produção e a excreção do ácido úrico envolvem mecanismos metabólicos muitas vezes alterados em pessoas com histórico familiar ou com outras condições associadas”, explica.

A gota ocorre quando há excesso de ácido úrico no sangue (hiperuricemia), que se cristaliza e se deposita nas articulações, causando inflamação. As crises costumam afetar o dedão do pé, tornozelos ou joelhos, com dor súbita, vermelhidão, inchaço e calor local. “A dor é intensa e lancinante; muitos pacientes relatam que não conseguem suportar nem o peso de um lençol sobre a articulação afetada. Essa intensidade impacta significativamente a qualidade de vida se a doença não for controlada”, afirma a especialista.

Descrita por Hipócrates e apelidada de “Doença dos Reis” por estar ligada à nobreza medieval, hoje a gota atinge diferentes camadas da população. O quadro é mais frequente em homens de 40 a 50 anos, enquanto nas mulheres o risco cresce após a menopausa. O aumento da expectativa de vida e hábitos pouco saudáveis como má alimentação, sedentarismo e obesidade também elevam a incidência.

Sem tratamento, pode haver evolução para os chamados “tofos gotosos”, nódulos dolorosos que deformam e comprometem a mobilidade. O diagnóstico é clínico, mas pode ser confirmado por exames laboratoriais, de imagem ou pela análise do líquido sinovial. Muitos laboratórios já estão liberando exames com a informação dos níveis de ácido úrico, facilitando o acompanhamento do paciente.

Durante a crise, o tratamento busca aliviar a dor e a inflamação. No controle a longo prazo, o objetivo é manter o ácido úrico em níveis seguros, com acompanhamento médico e ajustes no estilo de vida.

“A adesão ao tratamento contínuo é fundamental. Verificar regularmente os níveis de ácido úrico e mantê-los ≤ 6 mg/dL é a forma mais segura de prevenir novas crises e proteger as articulações de danos irreversíveis”, enfatiza a Dra. Renata Rosa.

Fatores de risco:

Histórico familiar de gota

Obesidade

Hipertensão arterial

Diabetes tipo 2

Insuficiência renal crônica

Uso frequente de diuréticos

Dieta rica em carnes vermelhas, frutos do mar, álcool e refrigerantes

Na prevenção, pequenas mudanças fazem diferença: manter o peso adequado, beber bastante água, reduzir alimentos ricos em purinas, evitar bebidas adoçadas e controlar doenças associadas.

Embora seja crônica, a gota tem tratamento eficaz. Com acompanhamento reumatológico, é possível manter o ácido úrico sob controle e viver sem crises. “O mais importante é desmistificar a doença. Ela não é resultado apenas de maus hábitos alimentares, mas de um desequilíbrio metabólico que pode e deve ser controlado com orientação médica”, conclui a Dra. Renata.

Sobre a SPR

A Sociedade Paulista de Reumatologia (SPR), fundada em 1953, é uma associação civil científica, de direito privado e sem fins lucrativos, dedicada a representar os reumatologistas do Estado de São Paulo. Com o objetivo de promover os avanços científicos da Reumatologia, a SPR atua ativamente na atualização de profissionais da saúde e no compartilhamento de novos conhecimentos com o público. A entidade possui sede própria e é afiliada à Associação Paulista de Medicina, à Sociedade Brasileira de Reumatologia e à Associação Médica Brasileira.


📍 Site: www.reumatologiasp.com.br

🔗 LinkedIn: Reumatologia SP

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📘 Facebook: facebook.com/reumatologiasp

▶️ YouTube: Sociedade Paulista de Reumatologia




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